uma mulher de 21 anos sem histórico de interesse consultou a presença de uma lesão genital única, oval, ulcerativa de bordas induradas e indolor, na parede lateral direita do intróito vaginal (Fig. 1A). Não referia mal-estar geral, nem outros sintomas sistêmicos. Ele reconheceu ter tido relações sexuais de risco sem proteção. Com suspeita clínica de câncer sifilítico, foi administrada uma dose única de penicilina benzatina intramuscular e foram solicitados exames complementares. Foi realizada uma sorologia cujos resultados para HIV, HCV, HBV e sífilis foram negativos. No estudo microbiológico, a cultura evidenciou Neisseria gonorrhoeae e a PCR para gonococo foi positiva. Estabelecemos o diagnóstico de infecção gonocócica e o tratamento com ceftriaxona em monoterapia foi pautado de acordo com o antibiograma, com melhora da lesão três semanas após receber este tratamento (Fig. 1B). Posteriormente, fizemos uma nova cultura que foi negativa para o gonococo. Cinco semanas após o início da úlcera, repetimos os testes sorológicos para sífilis permanecendo negativos.

o câncer duro é a lesão característica da sífilis primária, aparecendo no local da inoculação, enquanto essa forma de apresentação é rara na gonorréia. Apresentamos um caso de infecção gonocócica que simulava uma sífilis primária, manifestando – se com um típico chancro sifilítico, enfatizando a importância de confirmar o diagnóstico. Existem poucas publicações relativas a gonocócias genitais manifestadas como cancro duro.
financiamento
Este trabalho não recebeu nenhum financiamento.
conflito de interesses
os autores declaram não ter nenhum conflito de interesses.
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